domingo, 10 de julho de 2011

Cobroleta

A cobroleta é um animal que se formou através de uma cobra e de uma borboleta.
Vocês querem saber como é que nasceu a cobroleta?
Essa é a história que eu vos vou contar!

Há muitos milhares de anos atrás, uma cobra muito grande vivia sozinha numa ilha.
Um dia, uma borboleta muito bonita e simpática foi fazer uma viagem até essa ilha.
A borboleta ficou muito curiosa com aquele espaço, andou a passear pela ilha, mas não encontrou ninguém. Até que viu a cobra...
A borboleta dirigiu-se à cobra e perguntou-lhe:
- Porque é que estás sozinha aqui nesta ilha?
- Porque toda a gente se foi embora – disse a cobra. – Sabes, a ilha é um local demasiado sossegado. Não existe nada a não ser um mini-bar que eu fiz para não me sentir sozinha… para além disso, há palmeiras e umas casinhas que estão praticamente abandonadas. Eram das pessoas que vinham para cá passar uns dias de descanso, mas como os seres humanos não aguentam muito o silêncio, deixaram de vir…
Com muita curiosidade, a cobra perguntou-lhe o que tinha ido lá fazer e a borboleta respondeu que ia para lá viver porque parecia um lugar muito bonito e sossegado.
A cobra não quis dizer nada, mas ficou muito feliz porque ia ter uma companhia naquela ilha.
Passados uns dias, quando a borboleta já estava mais ou menos adaptada à ilha, a cobra convidou-a para ir dar uma volta para se conhecerem melhor.
A cobra sempre quis saber porque é que ela, de facto, tinha ido para aquela ilha viver.
- Porque acho sossegada - exclamou a borboleta, mas logo acrescentou – sabes, na verdade eu vim viver aqui para esta ilha belíssima porque andam atrás de mim, pois sou uma borboleta rara… os homens andam atrás de mim, dizem que sou a única na Terra que faz não sei o quê… - e começou a choramingar.
A cobra ficou muito preocupada e prometeu ajudá-la.
Ao fim de algum tempo, apareceram uns homens à caça da borboleta.
Eles viram-na e começaram a correr atrás da borboleta. A cobra ouviu os gritos e foi logo ver o que se estava a passar.
A borboleta voou em direcção à casa da cobra e escondeu-se lá dentro.
Os caçadores cercaram a casa da cobra e disseram:
- Sai daí, se não a cobra morrerá.
A borboleta não queria que isso acontecesse e saiu. Mas a cobra, como teve medo que os Humanos levassem a sua amiga, abriu a sua boca e fingiu que engoliu a borboleta.
Os homens queriam matar a cobra, pois esta havia engolido o animal mais raro do mundo.
A cobra fugiu com a borboleta na boca.
Os caçadores tentaram ir atrás, mas foi impossível apanhar a cobra veloz. Decidiram, então, ir-se embora e a cobra levou a borboleta até casa.
Quando chegou a casa, a borboleta deitou um pozinho na língua da cobra.
A cobra pôs a borboleta no chão e foi para sua casa.
No dia seguinte, quando a cobra acordou tinha umas asas de borboleta lindíssimas! Quando as viu começou a gritar.
A borboleta ouviu os gritos, foi lá ter com ela e perguntou-lhe antes de ver as asas:
- O que tens?
- O que é que eu tenho? Eu agora tenho asas de borboleta - disse a cobra furiosa.
Quando a borboleta viu as asas ficou de boca aberta.
A cobra pediu-lhe e ajuda e a borboleta chamou um curandeiro de outra ilha próxima.
O curandeiro examinou a cobra e disse à borboleta que as asas apareceram por causa do pó que ela libertava, por isso ela era tão procurada pelos humanos… explicou-lhe que era uma borboleta muito rara que quando libertava aquele pó, poderia criar asas em qualquer ser vivo. Estas asas nunca mais desapareceriam.
Quando a cobra soube dessa péssima notícia, disse à borboleta que nunca mais a queria ver e jamais iria sair de casa.
- Que vergonha! Onde já se viu: uma cobra com asas!
Mas a borboleta fez a cobra mudar de ideias. Explicou-lhe que ela agora era um animal diferente, mas mais atraente e muito especial para ela.
A cobra gostou do que ouviu da borboleta e acabou por concordar. Também não existia ninguém na ilha que a pudesse ver...
Pediu à borboleta que lhe ensinasse a voar e a borboleta ensinou-a com todo o prazer.

E foi assim que nasceram as nossas cobroletas…

Nenhum comentário:

Postar um comentário