domingo, 10 de julho de 2011

Tugre

Eu sou o cientista Walter. Ouvi relatos de tribos que avistaram um lendário animal. As tribos acreditam que esse animal foi guardião dos Deuses, por isso fiz uma primeira viagem para saber se esse animal existe. Viajarei pelo mundo fora, até descobrir se o bicho é verdadeiro.
Comecei por falar com as tribos que dizem que o viram. Descreveram-me o animal: metade tigre, metade tubarão. Disseram-me que é preto com riscas azuis e que sempre que é visto, está nos pântanos. Acreditam que seja lá o seu habitat natural. As tribos resolveram dar-lhe o nome de tugre - tubarão + tigre. Segundo ainda os relatos que ouvi, o animal tanto pode passar a vida na água como na terra.
Mas eu quero e preciso saber mais: quanto pesa, o que come, o seu A.D.N., etc.
Vou procurar nos maiores pântanos e, com muita sorte, irei encontrar um tugre.
Contratei um especialista de desenho para ver se consigo fazer um esboço do animal com as descrições que tenho. O senhor fez-me estes que aqui apresento.
Como ainda não vi nenhum tugre, decidi chamá-lo Yakinje, pois é o nome de uma das pessoas que o viu pela primeira vez.
Maio de 2011
Fui ao Brasil para fazer a minha expedição. Falei com o meu pessoal e contratámos pessoas das tribos que conheciam o pântano.
Começámos por pôr câmaras e armadilhar o maior pântano.
Passei a minha primeira noite no pântano - é horrível, tem demasiadas melgas! Mas com ou sem melgas, tínhamos que dormir na mesma...
Na manhã seguinte, um operador de câmara disse que uma das armadilhas disparou. Fomos a “voar” com esperança de ter apanhado o nosso bicho, mas infelizmente era só um crocodilo com quase 3,5 m de comprimento. O animal não parava de abanar a jaula e estávamos todos cheios de medo de chegar perto daquela fera. Depois de algum tempo, lá conseguimos libertar o bicho.
No dia seguinte, decidi procurar o Yakinje em vez de ficar à espera que ele chegasse até nós. Pegámos no nosso barco e vimos uma barbatana dorsal a rasgar a água. Acelerámos o barco, íamos em grande velocidade, alcançámos a tal barbatana... mas afinal não passava de uma raiz de uma árvore que flutuava e estava a ser levada pela corrente.
Passaram-se três semanas e já estávamos sem esperanças, até que um dos nossos repórteres nos avisou que tinha acabado de ver uma barbatana. Fomos com tanta pressa que até me esqueci de me vestir... fui de boxers e de chinelos.
Era o TAL, era o nosso bicho. Estava tão eufórico, que me aproximei demasiado do animal. Com medo, ele tentou atacar-me e depois enfiou-se no rio a fugir.
Pusemos o barco a trabalhar. Velocidade máxima. Peguei numa corda, lancei-a e apanhei o seu focinho. Com a ajuda dos meus companheiros, tirámos o animal da água e amarrámos a boca para não nos morder...
O Tugre queria fugir. Abanou-se e abanou-se, até ficar sem forças. Apanhámo-lo, fizemos análises ao sangue, medimos o corpo, pesámo-lo, pusemos-lhe um chip que serve para o identificar e para seguir o seu trajecto via satélite.
Consegui o que queria! Descobri o animal!
Ficámos também a saber que esse animal só aparece uma vez por ano.
Dizem as pessoas da tribo que o Tugre só aparece porque o Deus da Guerra o mete na terra para castigar os HOMENS que destroem os pântanos...

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